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Rua de Maranguape. O primeiro imóvel à esquerda é o Solar Bonifácio Câmara, onde funciona a Biblioteca Pública do Município.
As origens do município datam do século XVII, quando a expedição
holandesa, comandada por  Matias Beck, chegou
ao Ceará no ano de 1649, conduzindo cerca de 298 homens, entre soldados, índios
e negros escravos. O capitão holandês fundeou na  Enseada do Mucuripe, construindo o forte
“Schoonenborch”, nas cercanias do riacho Pajeú, em cuja volta se
desenvolveu o povoado que mais tarde seria a vila de Fortaleza de Nova
Bragança.
Os holandeses vieram em busca de supostas minas de prata, existentes
na Serra de Itarema ,– próximo
ao lugar onde acampavam e não muito
distante da serra de Maranguape;  Os
holandeses acreditavam encontrar esses tesouros no Ceará, numa daquelas serras
que azulavam no horizonte.

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Praça Capistrano de Abreu

A expedição batava à Serra de Itarema constitui a primeira exploração
do homem branco nas terras do atual município de Maranguape, àquela época
habitadas por índios potiguaras, que dilatavam seus domínios na faixa
litorânea, desde o Rio Grande do Norte até a Barra do Ceará,  e daí ao Piauí.
As primeiras sesmarias foram concedidas no início do Século
XVIII,  mas o povoamento, entretanto, só
veio a se efetivar nos primórdios do Século XIX com a decidida atuação do
português Joaquim Lopes de Abreu que, por doação do governo na metrópole, entrou
no domínio de algumas sesmarias, incorporando-as a outras anteriormente
compradas.
Em breve surgiu o arruado, à margem do riacho Pirapora, em
torno de uma capelinha, construída para atender às necessidades religiosas dos
moradores, que se ocupavam nas atividades agrícolas, especialmente na cultura
do café. Em 1851-1852 a produção de café da província era obtida quase toda nas
serras de Maranguape. Em 1875, Maranguape ecebe um grande impulso econômico com a inauguração da linha férrea da Estrada de Ferro Baturité, que funcionou até 1963, quando foi desativada.  Na segunda metade do século XIX, mais uma leva de portugueses iniciam mais uma atividade econômica, a plantação de cana-de-açúcar e a produção de cachaça.

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População: 115.465 habitantes – (estimativa 2011 – IBGE)
área: 590,886 km²
densidade demográfica: 192,19 hab/km²
distância de Fortaleza: 30 km
localização: Região Metropolitana de Fortaleza
Limites: 
Norte – Caucaia e Maracanaú
Sul – Palmácia, Caridade e Guaiuba
Leste – Maracanaú e Pacatuba
Oeste – Pentecostes e Caridade

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Distrito criado com a denominação de Maranguape, por provisão
de 1° de janeiro de 1760 e ato provincial de 18 de março de 1842, subordinado ao município de
Fortaleza. Elevado à categoria de vila com a denominação de maranguape, pela Lei Provincial n° 533, de 17 de novembro de 1851, sendo desmembrado de Fortaleza. Sede no núcleo de Maranguape. Elevado à categoria de cidade em 1869.

Museu da Cidade
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 O prédio que atualmente abriga o Museu da Cidade já funcionou como escola, cadeia, delegacia de polícia e instituto médico legal. A segunda utilização justifica as grades nas janelas, e paredes e portas reforçadas. O “x” pintado sobre a porta indicava o número da cela. Sua construção foi iniciada em 1877, empregando mão-de-obra de retirantes da grande seca iniciada naquele ano. Destinava-se inicialmente a ser uma escola pública, e como tal funcionou durante muitos anos. 
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O acervo do museu é composto de material sobre o humorista Chico Anísio, um dos filhos mais ilustres de Maranguape, móveis, cadeiras e utensílios antigos doados por moradores e peças usadas no exercício da medicina.     

Igreja Matriz de N.S. da Penha

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Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha  

A Igreja principal da cidade foi fundada em 04 de agosto de 1849. A
edificação preserva traços da antiga arquitetura religiosa do Estado.
Maranguape tem uma peculiaridade de possuir dois padroeiros: Nossa
Senhora da Penha e São Sebastião, este último foi escolhido pelo povo em
Ação de Graças, devido à suposta intervenção do mesmo na grande
epidemia de cólera ocorrida em Maranguape no ano de 1862. 
Os fiéis acreditam ter sido a partir da proteção de São Sebastião responsável pelo fim da epidemia.



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Sítio Ipu, e a casa onde nasceu Chico Anísio 

 Chico Anísio nasceu em 12 de abril de 1931, no Sítio Ipu, em Maranguape. Viveu durante sete anos em Maranguape, quando mudou-se para Fortaleza com a
família. Seu pai era presidente do Ceará Sporting Club e dono de uma
empresa de ônibus. 
Em meados de 1940, a empresa de seu pai pegou fogo, e a ‘riqueza’ da
família virou cinzas. Como Chico dizia, ‘dormiu rico e acordou pobre’. 
Foi quando viajaram para o Rio de Janeiro. Lá começou a trabalhar com imitações, participando de shows de calouros.
Ganhava todos que participava, no Rio de Janeiro e em São Paulo,
chegando ao ponto de os organizadores o proibirem de participar dos
shows. Foi quando ingressou na rádio Guanabara que suas imitações dos
tempos de calouro o fizeram famoso. Logo ao chegar na rádio, inscreveu
três programas humorísticos, que foram prontamente aceitos pela direção
da emissora.

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Em 1950, já na rádio Mayrink Veiga, nasceu o que chamou de seu
‘primeiro gol’: o professor Raymundo, seu personagem mais complexo e
famoso. 
Em 65 anos de carreira criou 209 personagens,  publicou 21 livros e pintou cerca de 300 quadros. Como compositor tem 27 discos gravados e ganhou dois discos de ouro, quando fazia com Arnaud Rodrigues, a dupla  “Baiano e os Novos Caetanos”.
Chico Anísio faleceu no dia 23 de março de 2012, no Rio de Janeiro.

Fotos de julho/2012
por Rodrigo Paiva e Raquel Vianna
pesquisa:
IBGE
Wikipédia
e outras informações colhidas no local    

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