A região de Fortaleza que denominamos Centro, é o local mais antigo, onde a cidade surgiu, no rastro da
ocupação holandesa e da edificação do forte Schoonenborch, no século XVI. Por
muito tempo a cidade se restringiu a área central, chamada
inicialmente de Povoado do Forte, depois Vila da Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção, nascida ao pé do forte que lhe emprestou o nome, às margens do riacho
Pajeú.
A vila se desenvolveu primeiro na região ao redor do forte, que também foi responsável pela construção da primeira igreja, dedicada à Nossa Senhora da Assunção. Depois apareceu o quartel de linha, a Igreja de São José, e assim a cidade ganhou a sua primeira catedral. Junto ao forte ainda foi construído o Passeio Público, a Praça da Sé, a Casa dos Governadores.
Passeio Público
Depois o Centro começou a se expandir porque construíram uma
igreja de escravos num lugar ermo, distante do aglomerado, e resolveram
construir um Palácio para a Câmara e que acabou ficando virando sede do Governo
naquele local. Mais tarde, chegou à cidade um boticário que virou
administrador, e construiu a Praça do Ferreira, que desde então, tornou-se o
coração da cidade e inaugurou uma nova centralidade.
No centro foram construídos as primeiras igrejas, as
primeiras praças, os primeiros arranha-céus, os primeiros hotéis, primeiros
cinemas, e os primeiros casarões, de propriedades dos potentados sertanejos,
que enriqueceram com a exportação de algodão, cera, couro e outros produtos da
terra. No centro, o comércio floresceu pelas mãos de estrangeiros e nativos,
que inauguraram linhas marítimas que se conectaram com a Europa e trouxeram à
Fortaleza ainda provinciana, as maravilhas fabricadas em Londres e Paris.´
ainda estão lá
Até pelo fim da década de 70, o Centro era o endereço de tudo
quanto era relevante para a cidade: A Assembleia Legislativa, o Governo
Estadual e Municipal, O Fórum, o Palácio do Bispo, as Lojas, os Cinemas, os
Hotéis, os Bancos e uma infinidade de estabelecimentos e prestadores de
serviços que atraiam todo tipo de público. Os logradouros eram bem cuidados e
havia transporte coletivo partindo do Centro para toda a cidade.
Mas quando a cidade começou a se expandir, primeiro para o
Leste e depois para todos os quadrantes, o Centro foi quem pagou o maior preço,
com um esvaziamento acentuado e progressivo, que acontece até os dias atuais. O
abandono ficou patente nos inúmeros imóveis vazios, nas ruas esburacadas, nas
praças com equipamentos quebrados e pichados, na insegurança das instalações e
dos frequentadores, na desordem da ocupação dos espaços, no acúmulo de lixo, e
no grande contingente de moradores de rua. De acordo com o Censo de 2022, o Centro
conta com 24.096 moradores. Limita-se ao Norte: Oceano Atlântico; ao Sul:
Benfica, José Bonifácio e Joaquim Távora; a Leste: Praia de Iracema, Meireles e
Aldeota; e a Oeste: Jacarecanga, Otávio Bonfim e Moura Brasil.
por Fátima Garcia
fontes consultadas: IBGE (censo 2022), Prefeitura de Fortaleza
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