A Praça do Ferreira, o coração de Fortaleza

Praia do Futuro
Feira de Artesanato na Praia de Iracema
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Há 284 anos no dia 13 de abril de 1726, a Coroa Portuguesa transformava o povoado localizado às margens do riacho Pajeú na Vila de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
Era desejo das autoridades transferir para cá a sede da Vila do Ceará, em razão das investidas dos indios contra o pelourinho que havia sido instalado em Aquiraz.
A data passou a ser o marco de fundação da cidade. O titulo de vila, no entanto, não muda a situação de abandono e pobreza a que o povoado estava relegado, sem nenhuma importância econômica.
Cabia-lhe como função principal o apoio logístico à navegação existente entre Pernambuco e Maranhão. Essa realidade que só começou a se transformar no final do Século XVIII, quando o Ceará foi desmembrado da Capitania de Pernambuco, em 1799. Com a separação das duas provincias, chega a Fortaleza o primeiro governador, Bernardo Manuel vasconcelos, que demonstra decepção ante a pobreza da capital, onde faltava até coisas de primeira necessidade. Mas paulatinamente, a vila vai sendo dotada de infra-estrutura e serviços para atender as atividades administrativas e as transações comerciais.
A cidade que chega aos 284 anos é a mais populosa do Ceará e a 5ª cidade do país. De acordo com as projeções feitas pelo IBGE, a população estimada de Fortaleza em 2009 é de 2.505.552 habitantes.
Fortaleza é também um dos menores municípios do Ceará, com uma base territorial de 313 km², a mesma do município de Jati (CE) que conta com apenas 7.518 habitantes.
Possui a maior densidade demográfica do País, com 8.001 hab/km².
A Região Metropolitana de Fortaleza possui 3.655.259 habitantes, sendo a sétima mais populosa do Brasil, e a terceira do Nordeste. Em recente estudo do IBGE, Fortaleza aparece como metrópole da terceira maior rede urbana do Brasil em população.
É um dos maiores destinos turisticos do Brasil, recebe visitantes do mundo todo durante o ano inteiro, já que não apresenta variações climáticas significativas e seus maiores atrativos estão no litoral.
No que pese todas esses indicativos, é uma cidade que tal e qual a antiga vila, continua abandonada pelos governantes, especialmente os atuais, que não suprem as necessidades de serviços básicos de saúde, educação, saneamento, transportes, limpeza, segurança; não gerenciam o patrimônio público com eficiência, permitindo a ocupação de áreas públicas por construções irregulares, e fazendo vistas grossas a camelôs e ambulantes que invadiram o centro e decretaram o fim do tráfego de pedestres.
Na Roma antiga, a escravidão na zona rural fez com que vários camponeses perdessem o emprego e migrassem. O crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e o imperador, com medo que a população se revoltasse com a falta de emprego e exigisse melhores condições de vida, acabou criando a política “panem et circenses”, a política do pão e circo.
A receita era simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios, e durante os eventos eram distribuídos alimentos.
Enquanto se distraía e se alimentava a população esquecia os problemas e não ameaçava o império romano com rebeliões. Foram feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.
Com alguns séculos de atraso, a politica do pão e circo chegou a Fortaleza, e ao resto do país. Começou com distribuição de recursos do bolsa familia e se completa com o patrocinio do poder público municipal, de shows, alguns carissimos, para entreter a população desavisada. Enquanto recebem os trocados da bolsa-esmola e participam do circo na arena da Praia de Iracema,
esquecem que lhes solaparam o direito à uma vida digna, a um emprego decente, a uma moradia segura. E ficam felizes da vida.
E lá se vão 284 anos…
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Nem sei se é o caso, cara Fortaleza, posto que aos shows públicos vão poucas pessoas. E também os programas de transferência de renda dos governos FHC e Lula tem mostrado certa eficácia, não sendo, assim, esmola.
Eu, por mim, vejo o Pão e Circo atuais nos clubes de forró e nas porcarias que os mais pobres estão comendo e dando a seus filhos, e em nenhum dos casos, é de graça. É uma junção entre a invenção romana e o capitalismo. Mesmo a ilusão, hoje, tem que ser paga.
Carlinhos, pense no que vai acontecer se mudar o governo e resolverem suspenser o bolsa-familia. Todos voltarão á estaca zero porque o programa não tem sustentabilidade (palavra de ordem p/tudo que é politica pública). Melhor seria um programa de geração de empregos, aí a parcela mais carente da população não precisaria ficar dependendo da vontade governamental. Quanto aos forrós concordo com voce: não dá p/encarar.