Os filhos das famílias ricas eram
educados nos melhores externatos da cidade, nos internatos religiosos da
capital do país e muitas vezes, em instituições no exterior, como
França, Inglaterra, Suíça, Alemanha e Bélgica. Algumas famílias optavam por
matricular os filhos aqui mesmo, onde os pais podiam fazer um acompanhamento de
perto; e a oferta de estabelecimentos de ensino era bem razoável.
Fortaleza, o Liceu do Ceará iniciou a sistematização do ensino neste Estado a
partir de 1845. Foi instalado no casarão na Praça dos Voluntários, onde hoje se
encontra a Secretaria de Polícia e Segurança Pública. O Liceu instituiu um curso equivalente ao do Ginásio Nacional, com duração de 7 anos, compreendendo as seguintes disciplinas: álgebra, geometria, trigonometria, mecânica, astronomia, física, química, meteorologia, mineralogia, geologia, zoologia, botânica, biologia, geografia, história universal, sociologia e moral, letras e artes, e línguas: portuguesa, francesa, alemã, latina e grega; literatura nacional, desenho, música, ginástica, evoluções militares e esgrima. Ao aluno que obtivesse pelo menos as aprovações plenas, era conferido o título de Bacharel em Letras e Ciências.
fundado em 1863 por João de Araújo Costa Mendes. Auxiliado pro seu irmão Manuel
Teófilo Costa Mendes, transformou esse educandário particular num dos melhores
da capital.
abrigando por gerações o cenáculo da cultura cearense. Lá o ensino era dividido em dois cursos, o Teológico e o Preparatório. No Curso Teológico os alunos eram submetidos às seguintes disciplinas: teologia oral, teologia dogmática, direito canônico, história eclesiástica, liturgia, cantochão, eloquência sagrada e escritura sagrada. No Curso Prepatório, estudava-se filosofia, física, retórica, matemática, história geral e do Brasil, geografia, francês, latim, gramática portuguesa, catecismo, história sagrada, civilidade e música vocal.
de Caridade de São Vicente de Paula, chegadas em Fortaleza em 1865, o Colégio
da Imaculada Conceição funcionou a partir de 1867, num prédio construído para
abrigar um hospital. Ocupava a área equivalente a um quarteirão quadrado, na
parte setentrional da Praça Filgueiras de Melo. Ao longo do tempo, o Colégio
Imaculada Conceição conquistou posição de destaque na educação das moças
pertencentes a elite da cidade, que aprendiam as seguintes matérias: instrução religiosa, primeiras letras, gramática portuguesa, gramática francesa, aritmética, geografia, história sagrada, história do Brasil, civilidade. Além disso, aprendiam sobre costura, bordados, tecidos, flores, desenho, piano e música vocal. O colégio era dirigido por 19 irmãs de caridade, todas francesas.
No início do século XX, nas dependências do
Colégio da imaculada Conceição foi criado o externato São Rafael para meninos,
onde estudou o futuro presidente Humberto de Alencar Castelo Branco.
Colégio São José. Suas irmãs Júlia e Judith Correia do Amaral, auxiliadas pela
prima Elvira Correia Pinho, dirigiram a partir de 1881, o Colégio Santa Rosa de
Lima.
Panteon Cearense; o padre Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo iniciou em 1879,
o Instituto Cearense de Humanidades.
Marquês de Herval destinava-se a formação de professores para as escolas do Estado. O surgimento da Escola Normal provocou uma grande polêmica na sociedade, por causa da proposta de formar professoras profissionais, numa época em que as mulheres eram destinadas ao casamento e a criação de filhos. Lá os alunos (a escola aceitava alunos de ambos os sexos) cumpriam o seguinte programa escolar: um curso preparatório de 1 ano; e um curso normal de 3 anos. No prepatório, ensinava-se português, francês, aritmética, sistema métrico, caligrafia, desenho linear, música vocal e prendas domésticas. No Curso Normal ensinava-se pedagogia, português, francês, aritmética, álgebra elementar, geometria, geografia geral e corografia do Brasil, ciências físicas e naturais, caligrafia e desenho, música vocal e prendas domésticas. Aos alunos que concluíam o curso, era expedido o diploma de habilitação para o magistério.
Durante o mandato da Irmã Clemence Therese Gagné de Dion, falecida em 1917, o Colégio da Imaculada Conceição foi equiparado à Escola Normal do Ceará, passando também a formar professoras.
instalou-se, no início nas dependências do Quartel da Força de Linha, junto à
Fortaleza de N. S. de Assunção. Seu ensino correspondia ao de seus congêneres
do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Posteriormente a escola Militar se
estabeleceria no atual prédio que, construído pelo Barão de Ibiapaba, sediou
por algum tempo, o Asilo de Mendicidade.
Colégio Parthenon Cearense, fundado em 1892 por Lino de Souza da Encarnação, na
esquina das Ruas 24 de maio e Guilherme Rocha.
educou muitas personalidades do cenário social da cidade; outro colégio, o
Ginásio Cearense de Anacleto de Queiroz Lima, fundado em 1887, comumente
chamado de Colégio Anacleto, possuía alto conceito na época, firmando-se como
principal estabelecimento particular de ensino do Estado.
Clotilde Barbosa Lima, poeta e romancista, foi inaugurado em 1891. O Instituto
de Humanidades do Cônego Salazar da Cunha e Antônio Augusto de Vasconcelos,
iniciou suas atividades em 1892, na Rua Sena Madureira, em frente a antiga
Igreja Presbiteriana, local hoje ocupado pelo Edifício Clóvis Rolim.
estabeleceu em 1896 o Colégio Nossa Senhora de Lourdes. O Colégio N.S. das
Vitórias foi propriedade de Maria Mendes
e Emma Adélia Ruedin Gonthier, a notável Madame Gonthier, que fundaria
em 1916 o afamado Colégio La Ruche.
iniciado em 1900, por Odorico Castelo Branco. Com a primeira denominação de
Instituto Miguel Borges, instalou-se na Praça Coração de Jesus e
posteriormente, na Avenida Dom Manuel. Mais tarde passou a ser chamado Colégio
Castelo Branco a partir de 1921, com o falecimento de seu fundador.
Muitos desses estabelecimentos de ensino tiveram vida longa e formaram diversas gerações de profissionais que se destacaram no cenário cearense em inúmeras atividades. Outros, perduram até hoje, como o Liceu, a Escola Normal, o Imaculada Conceição, o Seminário da Prainha e a Escola Militar, hoje Colégio Militar de Fortaleza..
fotos do arquivo Nirez
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Foi um presente encontrar um blog tão interessante. Um abraço.
obrigada Vera Alves, volte sempre. abs
Belíssimo trabalho, me fez viajar no tempo e ver qao linda era minha cidade
Nos tempos de outrora.
Vale muito a pena dedicar um tempinho pra admirar essas histórias da nossa terra… Excelente pesquisa essa!
Márcio Moreira
Queria ver fotos antigas so Colégio Centenário Clóvis Beviláqua que fica situado na Avenida Dom Manuel, 511. Obrigado.
É mto gratificante quando encontro pedaços da nossa história resgatada assim, mas faltou ainda alguns colégios tradicionais, como o das Dorotéias, o Colegio Juvenal de Carvalho e outros. Parabéns pelo Blog!
Juh Biscuit, obrigada pela visita e pelo amável comentário. Volte sempre
Vou se encontro alguma foto do colégio Clóvis Beviláqua, Leandro.
abs
Márcio Moreira, a terrinha tem histórias fascinantes, esperando serem descobertas e divulgadas.
abs
Cláudia Maria, por enquanto pesquisamos os estabelecimentos de ensino do século XIX, paramos em 1900. Mas vamos continuar com os colégios surgidos a partir daí, e vocêpoderá encontrar as Doroteias e o Juvenal de Carvalho.
abs
Maravilha ver a história do nosso passado congelado no tempo através da fotografia. Muito gratificante e ainda por cima ter o relato histórico aqui contado.
Maravilha as fotografias de antigos colégios de Fortaleza. Gostaria de ver outras fotos do Instituto de Humanidades fundado en 1892. Valdir Calixto.
01 de agosto de 2017.
Adorei!
Muito grato pela apresentação da minha cidade. Hoje posso dizer que Deus criou tudo através de nosso antepassados. Valeu gostei muito e que Deus abençoe você pela beleza da história de Fortaleza.
olá gostaria de saber qual é a data da foto do colégio militar !
Gostaria saber sobre o Externato São Vicente de Paulo
Gostaria de saber mais sobre o colégio la Ruche e a madame Gonthier.