industrialização cearense. Em 1883 começava a funcionar a primeira fábrica
fabril local. Antes, desde os anos 1830 e 1840, haviam surgido tipografias
imprimindo os jornais das facções partidárias, e depois livros, panfletos,
revistas, de intelectuais e casas
comerciais. Apareceram ainda fábricas pequenas de cigarros, chapéus, velas,
óleos, bebidas, curtumes, gelo, etc. obviamente esse processo industrial era
inexpressivo num contexto nacional – o Ceará continuava a ser uma província
agroexportadora – mas apresentava um importante sentido social: possibilitaria
o surgimento do operariado cearense.
Nessa classe, de numero reduzido, poderiam ser englobados
ainda os chamados artistas, ou seja, os artesãos, pedreiros, carpinteiros, os
catraieiros (estivadores portuários), os ferroviários (das estradas de ferro de
Baturité e Sobral), os empregados ligados à produção de sal (como os
salineiros dos rios Acaraú e Jaguaribe), os serviços de transporte urbano
(condutores de bondes) e de água, energia e esgoto, entre muitos.
precárias: estafantes jornadas, inexistência de direitos trabalhistas, baixa
remuneração, exploração de mão-de-obra feminina e infantil, habitações miseráveis. Assim, era natural que os operários buscassem se organizar para
fazer frente às dificuldades. Segundo o historiador Geraldo Nobre, a primeira
manifestação de associativismo do
trabalhador cearense teve caráter político-partidário, ainda ao tempo do
império, com a União Artística,
organizada como ala do Partido Liberal.
Depois surgiram entidades mutualistas e
beneficentes, voltadas para a assistência dos filiados em caso de doenças,
acidentes e mortes, como a Fraternidade e Trabalho, a União Artística
Maranguapense e a Associação Tipográfica Cearense, que em 1876 deflagraria a
primeira greve trabalhista, reivindicatória de melhor remuneração no Ceará,
paralisando por alguns dias as oficinas de “Pedro II”, órgão do partido
Conservador.
local, no contexto das mudanças socioeconômicas e urbanas que então ocorriam – crescimento de
Fortaleza, ferrovias, comércio de algodão. Em geral eram jornais de pequeno formato,
com circulação restrita e que não possuíam longa duração.
Em 1862 circulava O
Artista e no ano seguinte o jornal União Artística; em 1866 era vez de O
Typographo, órgão da União Tipográfica Cearense e que trata de vários temas,
sobretudo da carestia, a qual atingia especialmente a população mais pobre; no
ano de 1878 surgia O Colossal, de uma Associação Tipográfica, e quatro anos
depois, A Greve, também ligado aos tipógrafos, os quais mostravam-se engajados
nas lutas de sua classe: em 1882 fizeram uma greve em resposta ao que
consideravam abusos do periódico O Cearense, de Paula Pessoa, contra os ganhos
mesquinhos e as condições de insalubridade no trabalho. O patronato não
negociou com os grevistas e contratou substitutos.
fotos do Álbum de Vistas do Ceará, 1908
Arquivo Nirez
e FIEC
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Esta fotografia do cine Centro me enche de saudades Morava há três quarteiróes dele Centenas de filmes assisti naquele modestinho cinema da Tristão Gonçalves durante muitos anos Boa parte da minha vida entrava de graça porque o guarda que mantinha a ordem de nome Luis namorava a empregada lá de casa Ele dava um jeitinho por ali e eu tava dentro. Maravilha contemplar esta foto
José Vieira de Moura
jvsinatra@hotmail.com
Esse prédio tinha história, serviu a diversos movimentos históricos do operariado e da maçonaria. Foi tombado pelo município, mais deixaram sem qualquer manutenção até o edifício ficar em ruínas, então tomaram uma providência: demoliram.
Triste essa história, não é José Vieira?
abraço
Aí, funcionou também o Grupo Escolar Dr César Cals, no qual estudei, até o Grupo ser transferido para a Escola Integrada Dr César Cals (na Domingos Olímpio), lá por meados dos anos 70… Muuuitas saudades…