Desde o século XIX, várias cidades cearenses que desfrutavam
de maior relevância política, econômica e social, reivindicaram os
melhoramentos decorrentes de avanços tecnológicos, que normalmente eram
privilégio das capitais. O querosene, óleo mineral derivado do petróleo,
importado dos Estados Unidos, tornou-se uma alternativa no Ceará desde a
segunda metade do século.
de maior relevância política, econômica e social, reivindicaram os
melhoramentos decorrentes de avanços tecnológicos, que normalmente eram
privilégio das capitais. O querosene, óleo mineral derivado do petróleo,
importado dos Estados Unidos, tornou-se uma alternativa no Ceará desde a
segunda metade do século.
Sua comercialização em latas de 2 e 5 galões, em
garrafas de 1 litro e no retalho, contribuiu para que se tornasse de uso
corrente na iluminação residencial. Por demandar poucos investimentos, o
querosene foi a solução adotada para a iluminação pública em algumas cidades do
interior.
garrafas de 1 litro e no retalho, contribuiu para que se tornasse de uso
corrente na iluminação residencial. Por demandar poucos investimentos, o
querosene foi a solução adotada para a iluminação pública em algumas cidades do
interior.
A referência mais antiga é da cidade de Sobral, que o teria
adotado por volta de 1884, com a utilização do querosene em combustores de
madeira. Em 1893, Iguatu instala dois combustores na Praça da Matriz, por
iniciativa do vigário Raimundo Hermes Monteiro, assegurando a despesa de
manutenção com custeio aprovado pela Câmara Municipal.
adotado por volta de 1884, com a utilização do querosene em combustores de
madeira. Em 1893, Iguatu instala dois combustores na Praça da Matriz, por
iniciativa do vigário Raimundo Hermes Monteiro, assegurando a despesa de
manutenção com custeio aprovado pela Câmara Municipal.
Crato – casas no centro (acervo IBGE)
A mesma modalidade de
combustível é adotada no Crato em 1903, quando a Câmara Municipal autoriza a
instalação do serviço de iluminação pública. Esta era composta de toscos postes
de madeiras quadrilaterais, enfiados rentes com as calçadas sobre os quais
assentavam lampiões, feitos com uma caixa de flandres, com quatro faces
envidraçadas e cobertas também com flandres. Dentro desses lampiões eram
colocados pequenos candeeiros, com mangas de vidros, cheios de querosene. Todas as noites, via-se o empregado da Intendência,
carregando uma escadinha de cedro, para acender os candeeiros, os quais, como
os lampiões, eram fabricados por funileiros cratenses.
Iguatu (data não especificada) – arquivo Nirez
No final do século XIX o gás acetileno, introduzido no Ceará
por importadores franceses, tornou-se o combustível alternativo, diante das boas
possibilidades comerciais. Algumas cidades cearenses foram iluminadas por esse
sistema: Aquiraz (1902), Tauá (1910), Russas (1912), Lavras (1912). Nesse mesmo ano,
a cidade de Iguatu adota também o acetileno em substituição ao querosene.
por importadores franceses, tornou-se o combustível alternativo, diante das boas
possibilidades comerciais. Algumas cidades cearenses foram iluminadas por esse
sistema: Aquiraz (1902), Tauá (1910), Russas (1912), Lavras (1912). Nesse mesmo ano,
a cidade de Iguatu adota também o acetileno em substituição ao querosene.
O interesse de populações e líderes das cidades interioranas
pela obtenção de modernos recursos para a geração de energia acompanha as
transformações vividas na capital. Na virada do século, notadamente, começa a
se expandir a busca por transporte coletivo e iluminação pública.
pela obtenção de modernos recursos para a geração de energia acompanha as
transformações vividas na capital. Na virada do século, notadamente, começa a
se expandir a busca por transporte coletivo e iluminação pública.
Icó (entre 1910/20) – Arquivo Nirez
Pela lei n° 1057, de 23 de agosto de 1911, o Presidente do
Estado autorizava as Câmaras Municipais de Messejana, Soure (Caucaia) e Redenção
a contratarem os serviços de transporte
por tração elétrica. As cidades de Aracati, Icó e Iguatu obtêm, pela lei 1064,
de 28 de agosto do mesmo ano, idêntica autorização para implantarem bondes de
tração elétrica, ainda que não houvesse a menor condição do serviço ser
implantado.
Estado autorizava as Câmaras Municipais de Messejana, Soure (Caucaia) e Redenção
a contratarem os serviços de transporte
por tração elétrica. As cidades de Aracati, Icó e Iguatu obtêm, pela lei 1064,
de 28 de agosto do mesmo ano, idêntica autorização para implantarem bondes de
tração elétrica, ainda que não houvesse a menor condição do serviço ser
implantado.
Quanto à implementação da iluminação pública por energia
elétrica, leis sucessivas são sancionadas pelo presidente do Estado,
autorizando a contratação desses serviços para os municípios que buscavam este
melhoramento. Em 1913 foram autorizados
os municípios de Barbalha, Iguatu, Crato,
Ipu e Quixadá. Três anos depois
foi a vez dos municípios de Maranguape, Baturité, Camocim e Aracati.
elétrica, leis sucessivas são sancionadas pelo presidente do Estado,
autorizando a contratação desses serviços para os municípios que buscavam este
melhoramento. Em 1913 foram autorizados
os municípios de Barbalha, Iguatu, Crato,
Ipu e Quixadá. Três anos depois
foi a vez dos municípios de Maranguape, Baturité, Camocim e Aracati.
Aracati, na foto, o cruzeiro da matriz (arquivo Nirez)
No ano de 1918, ainda no âmbito dos atos legais para
contratação de usinas geradoras de energia elétrica, recebem a sanção do
presidente do Estado os municípios de Cascavel, Lavras, União (atual
Jaguaruana), Russas, Limoeiro, Crateús, Icó, Jaguaribe-Mirim e Tauá.
contratação de usinas geradoras de energia elétrica, recebem a sanção do
presidente do Estado os municípios de Cascavel, Lavras, União (atual
Jaguaruana), Russas, Limoeiro, Crateús, Icó, Jaguaribe-Mirim e Tauá.
Em 8 de agosto de 1927 se encerra esse período de ação
política, que se transforma em atos concessórios para a contratação de serviços de luz e força,
permitindo que qualquer Câmara Municipal no Estado buscasse a solução mais
apropriada para sua comunidade.
política, que se transforma em atos concessórios para a contratação de serviços de luz e força,
permitindo que qualquer Câmara Municipal no Estado buscasse a solução mais
apropriada para sua comunidade.
Extraído do
livro
livro
História da
Energia no Ceará, de Ary Bezerra Leite
Energia no Ceará, de Ary Bezerra Leite
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