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igreja+presbiteriana A Chegada dos Protestantes ao Ceará
Fachada da 1ª Igreja Presbiteriana do Ceará, na esquina das Ruas Sena Madureira com Pedro Borges, no centro de Fortaleza (foto do jornal O Povo)

Ainda no século XIX verificou-se uma pequena expansão do
protestantismo no Ceará, provocando a fúria da Igreja católica e de seus fiéis
mais radicais, gerando uma disputa não só de fé, mas de espaços de poder. A
exemplo do que aconteceu em outros locais do Brasil, os credos protestantes
chegaram à província com os viajantes de origem estrangeira, fossem europeus,
ou norte-americanos.
Os primeiros
protestantes, pelo menos a princípio, não se empenhavam em divulgar o credo ou
se manifestar publicamente sobre sua religião, talvez temendo represálias ou
prejuízos em suas atividades profissionais, em face da tradição católica do
povo cearense.  Possivelmente realizavam
seus cultos no espaço doméstico, uma vez que faltavam em Fortaleza templos para
aquele fim. Mas a presença protestante era evidente e até considerável, como
demonstra a construção de um cemitério de ingleses.
Depois vieram os missionários, com a intenção de mostrar às
populações locais outras práticas cristãs, e lógico, angariar seguidores. 


igreja+presbiteriana2 A Chegada dos Protestantes ao Ceará
O prédio foi demolido em 1976, depois de ser vendido ao grupo C. Rolim. Hoje tem um edifício no local (arquivo Nirez)


O
primeiro a chegar ao Ceará foi o reverendo presbítero De Lacy Wardlan em 1882,
num programa missionário promovido pelas igrejas Presbiterianas do sul dos
estados Unidos. No mesmo dia da chegada, em um hotel da Praça dos Mártires
(Passeio Público), o pastor apresentava o culto aos anfitriões: o capitão do
porto e senhora, o chefe dos correios um jornalista recém-convertido e alguns
passantes.
Em que pese o culto em língua estrangeira, o americano
batizou 13 novos adeptos em julho de 1883. Com isso foi fundada a primeira
congregação protestante de Fortaleza, que em 1890, deu origem a Igreja
Presbiteriana de Fortaleza, a mais antiga igreja evangélica da cidade e por muitos anos, a única.
Suas práticas litúrgicas públicas – não fazer culto a santos
e a Maria, cantar hinos de louvor em português, difusão da Bíblia e folhetins,
artigos na imprensa, comparecimento a enterros –  irritaram os meios católicos, sobretudo porque
as leis do império proibiam as demais religiões de se manifestarem
publicamente.
Os segmentos católicos usaram de todos os artifícios para
intimidar o reverendo, de notas agressivas nos jornais a ameaças e agressões
físicas; chamavam-no jocosamente de padre casado ou “amancebado”. 
Quando das
pregações públicas, não raras vezes, os evangélicos tinham que aguentar
insultos, vaias, gritos, piadas e às vezes, até pedradas, sobretudo nas cidades
do interior, onde a religiosidade católica era mais exacerbada. Chegou-se a
jogar areia no prato de De Lacy quando de sua estada em Baturité. 


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Cidade de Baturité (Arquivo Nirez)

Na época, foi aprovada uma lei pela Assembleia Provincial, aumentando escandalosamente os
impostos pagos por comerciantes que vendessem livros não católicos. Os
protestantes por outro lado, igualmente atacavam/reagiam aos católicos: maridos
forçavam esposas e filhos a se converterem, evangélicos quebravam imagens de
santos em público e acusavam os católicos de serem fanáticos, ignorantes,
supersticiosos.
Apesar de tudo, De Lacy continuou com seu trabalho, voltando
para os Estados Unidos apenas em 1901. Em pouco surgiram pela província os
primeiros nativos convertidos.

Fontes:
História do Ceará, de Airton de Farias
Revista Fortaleza, fascículo 2

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0 comentário

  1. eu achava que ali era um igreja católica por causa da arquitetura do templo, era o mesmo padrão dos templos católicos. Mas uma edificação que não sobreviveu ao progresso da cidade. Virou pó.
    abs lúcia

  2. Bom dia a todos os protestantes que estão em busca dos nossos direitos, que é termos empregos, saúde, estradas adequadas ETC. Os que estão reivindicados o correto! Esses encaixam no ditado, que a voz do povo é a voz de Deus. Gostei do que colocaram para o meu caso que estou desde 2010 com um processo contra o INSS. Onde o que precisa é passar na mão de um Juiz e estão mim enrolando até hoje. Uma hora o Juiz é eleitoral e como era eleição estava 3 meses afastados. Horas dizem que tem um titular que é só para as emergências. Onde escutei que as emergências, são para os que estão presos. Leiam e reflitam o que estou passando: ASSINADO: MARIA SILVANEIDE BEZERRA DOS SANTOS SOUSA. 03/07/2013.

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