O general Manuel Cordeiro Neto foi eleito prefeito de
Fortaleza no período 1959-1963, graças
ao símbolo de sua campanha: uma lata. Antes, no início da década de 50, Cordeiro Neto fora Chefe de
Polícia (cargo equivalente ao atual Secretário de Segurança), oportunidade em
que instituiu o que foi chamado de “Regime da Lata”.
Ladrões, vagabundos, vadios,
presos por desordens ou sentenciados pela Justiça, eram utilizados em obras
públicas como pedreiros, ajudantes, serventes e outros trabalhos relativos a
construção ou em serviços de limpeza.
Uns diziam que o trabalho era prestado gratuitamente, outros que os presos recebiam uma diária.
Ocupavam-se e, no trabalho, longe dos rigores do encarceramento, muitos
ganharam a recuperação pretendida pela sociedade. Junto à população, essa imagem encontrou
repercussão positiva, afinal a população sempre aplaudiu atitudes rígidas
contra marginais, especialmente ladrões.
O prédio da Polícia Civil, na Praça dos
Voluntários, foi praticamente todo construído na vigência do Regime da Lata. Naquela
época, aconteciam costumeiramente, arrombamentos de residências, quando não
apenas invasão de quintais, com roubo de galinhas. Esse tipo de delinquente,
que governos anteriores encurralavam num depósito degradante, localizado na
Praça da Escola Normal, foi de que se valeu Cordeiro Neto para implantar o
regime da lata. Como “o homem da lata”, Cordeiro Neto encontrou
respaldo em todas as classes sociais, e contrariando as previsões das
lideranças partidárias, elegeu-se prefeito de Fortaleza por larga maioria.
Hoje, surgiriam dois obstáculos para implantação do regime
da Lata:
que eles é que são as vítimas;
sabemos, existe um normativo denominado Estatuto da Criança e do Adolescente
que proíbe o trabalho desses coitadinhos. Mas, caso fosse instituída uma política para apenados similar ao Regime da lata, a mão-de-obra desse exército de marginais, que hoje toma conta nas ruas de Fortaleza, poderia ser utilizada para trabalhar pela cidade: tapar buracos, pintar muros pichados, varrer as ruas, ajudar na limpeza de mananciais, como os riachos Pajeú, Maranguapinho, Jacarecanga e outros; ajudar nessas obras inacabadas, tipo a Praça 31 de Março, enfim, realizar todos esses trabalhos que a cidade necessita e ninguém faz. Além do que, estariam ocupados demais para ter tempo de matar, assaltar ou roubar os outros.
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Muito legal esse texto! Parabéns.
o trabalho edifica qualquer um … quando uma pessoa paga pelo que faz ela vai pensar bem antes de fazer de novo,pois hoje ser só preso quer dizer engorda
A ideia é excelente na teoria. Hoje em dia e com as leis brasileiras é muito difícil de ser implantado algo assim. Os gastos e riscos com esse tipo de trabalho hoje em dia seriam maiores que os benefícios, é só pensar um pouco. Nas cadeias não há pessoal suficiente pra conter presos enjaulados, imagine-se soltos nas ruas trabalhando com instrumentos.
Excelente.
Pura demagogia…!!! Ele prendia e botava gente rica e importante pra "trabalhar"…? Isso não é solução… solução é educação… Não adiantar, matar, esfolar… EDUCAÇÃO!!
10 Cordeiro Neto hoje. Eu queria ver se nao diminuía a vagabundagem.
Ele era chamado o homem da lata furada exatamente por causa de um riquinho que foi preso e não queria se sujar, aí o Cordeiro Neto foi lá e furou a lata do riquinho.