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O velho colégio Parthenon estava situado à Rua
24 de Maio esquina com a Rua Liberato Barroso, (à época rua das Trincheiras), na
Praça do Patrocínio (atual Praça José de Alencar), no local onde mais tarde seria construído o Lord Hotel. Foi fundado em 1° de junho
de 1892, pelo professor Lino de Sousa da Encarnação. Oferecia dois cursos: primário
e secundário, o primeiro com duração de três anos, compreendendo as matérias
leitura em prosa e verso, gramática portuguesa, aritmética, noções gerais de
geografia, desenho linear, história do Brasil, instrução cívica, moral e
religiosa. 


pra%C3%A7a%20jose%20de%20alencar%20ao%20fundo%20a%20igreja%20do%20patrocinio Colégios Antigos: O Parthenon Cearense e o Instituto de Humanidades
antiga Praça do Patrocínio/Marquês de Herval/José de Alencar


O secundário subdivide-se em curso de ciências
e letras, que seguia o programa de ensino do Liceu, onde os alunos fazem os
respetivos exames e curso comercial, feito em três anos compreendendo: no 1°
ano – português, francês, aritmética, geografia e caligrafia; no 2° ano, as
mesmas matérias em níveis mais avançados; e no 3° ano – português, francês,
inglês, escrituração e correspondência comercial, conhecimento das tarifas
ordinárias do país e noções de direito comercial. Em 1897 o Parthenon foi
transferido para a mesma rua 24 de Maio esquina sudoeste com a rua Guilherme
Rocha, e depois, em 1900, para a Rua Barão do Rio Branco.  

O escritor Gustavo Barroso foi aluno do
Parthenon Cearense e do professor Lino da Encarnação a partir de 1898. Em seu
livro “Coração de Menino” descreve sua impressão ao adentrar a escola pela
primeira vez:  “uma casa grande, de esquina. Um corredor escuro entre salas com
filas de carteiras envernizadas de vermelho. Mapas nas paredes. Quadros negros
com restos de cálculos aritméticos a giz. Ao fundo do corredor, um gabinete,
onde nos espera um homenzinho moreno escuro, de olhos bondosos e bigodes brancos”
Era o professor Lino da Encarnação.

O concorrente direto do Parthenon, da época de
Gustavo Barroso, era o Instituto de Humanidades, fundado em 7 de janeiro de
1892 pelo cônego Vicente Salazar da Cunha e Dr. Antônio de Vasconcelos, situado
à rua Sena Madureira, esquina com a antiga rua do Cajueiro.

Nomeado vigário de
Maranguape em 1899, o Instituto passou para o comando do padre Barbosa de Jesus. O
colégio do padre Barbosa oferecia o mesmo currículo do Parthenon, com
as mesmas disciplinas. Mais tarde o colégio foi transferido para a Rua Barão do
Rio Branco, no mesmo prédio que, em 1910, passou a funcionar outro Instituto de
Humanidades, fundado pelo professor Joaquim da Costa Nogueira.

 

Colegio%20Nogueira-%20Rua%20Bar%C3%A3o%20do%20Rio%20Branco%20x%20Rua%20Clarindo%20de%20Queiroz Colégios Antigos: O Parthenon Cearense e o Instituto de Humanidades


O prédio da rua
Barão do Rio Branco ainda cumpre uma longa tradição enquanto abrigo de
estabelecimento de ensino: Instituto de Humanidades do padre Barbosa, Instituto
de Humanidades do professor Joaquim Nogueira, Colégio Nogueira, Colégio Farias
Brito. Atualmente funciona no local uma unidade do Colégio Ary de Sá.    

 

Fontes: Gustavo Barroso – Coração de Menino/Livraria
José Olímpio, 1939; Antônio Bezerra de Menezes – descrição da Cidade de
Fortaleza /introdução e notas de Raimundo Girão/UFC/Casa José de Alencar/1992-publicação
www.fortalezaemfotos.com.br – Imagens do Arquivo Nirez.

 

 

 

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mfgprodema@yahoo.com.br

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