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Em meados do ano de 1923, três aviadores alemães
Werner Junkers, Hermann Mueller e Willy Thill empreenderam o raid Cuba-Rio de
Janeiro, utilizando dois aparelhos. Tempos depois, amerissaram em Belém do
Pará. Um dos aviões, no entanto, sofreu um acidente no Rio Marajó, onde faleceu
o piloto Willy Thill e houve perda total do hidroavião que pilotava.
aracati+17 A Tragédia dos Aviadores Alemães em Aracati
Junkers e Mueller, porém, não desistiram.
Prosseguiram o voo alcançando São Luís do Maranhão, Camocim e Aracati, no
Ceará. Vinham na aeronave Junkers D218. Chegaram a Aracati no dia 25 de junho
de 1923, às 13h30min debaixo de aplausos e aclamações da população de Aracati e
das imediações.
Duas horas depois, às 15:22 horas,  o Junkers D218 estava pronto para seguir o
raid, rumo ao sul. A decolagem foi feita sob o maior entusiasmo. Quando, porém,
o aparelho fazia uma curva para começar a evoluir sobre a cidade, a multidão
atônita, viu o avião fazer um movimento estranho, e capotar no ar, seguindo-se
uma grande explosão.
hidroaviao+aracati+1 A Tragédia dos Aviadores Alemães em Aracati

aracati+19 A Tragédia dos Aviadores Alemães em Aracati

A muito custo conseguiu-se dominar o incêndio, mas os
aviadores não puderam ser salvos. Os corpos dos jovens foram transportados para
o salão nobre da Câmara Municipal e muitas expressões de pesar foram
apresentadas pelo povo de Aracati, tendo o comércio local, encerrado as portas naquele dia.
Passado pouco mais de um ano desse trágico
acontecimento, no final de 1924, foi erigido um monumento em memória dos
aviadores. Construído com doações da colônia alemã e admiradores de vários
Estados do Brasil, o monumento consiste de uma coluna de 3,50 metros de altura,
em mármore branco, sobre um pedestal de alvenaria. O trabalho foi executado
pela marmoraria de A. Gondim, de Fortaleza.
aracati+-+monumento+aos+aviadores+alemaes A Tragédia dos Aviadores Alemães em Aracati

Era desejo dos promotores que o monumento fosse erigido
no local do desastre, mas sendo este um ponto muito próximo ao Rio Jaguaribe,
sujeito a inundações periódicas devido as enchentes do rio, o local escolhido foi
uma das artérias da cidade – a entrada sul de sua principal rua do Comércio.  
extraído do livro
“Os Monumentos do Estado do Ceará”, de Eusébio de Sousa
fotos IBGE e arquivo Nirez   

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