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A decisão de instalar a vila em Aquiraz não foi das mais acertadas. 
Em agosto de 1713 os índios atacaram aquela comunidade ocasionando muita destruição e morte – cerca de 200 pessoas  perderam a vida –  levando muitos habitantes a buscarem proteção dos ataques no fortim de Nossa Senhora de Assunção.  Dos ataques dos índios Paiacus e Anassés, só escapou quem fugiu para Fortaleza. A ofensiva levou os próprios integrantes da Câmara, os chamados camareiros, a mudarem de ideia. Passaram então a defender que a sede da Vila do Ceará deveria ficar em Fortaleza.
mapa+do+ceara A Instalação da Vila de Fortaleza
Mapa do litoral do Ceará  de 1629
Contrariado com a situação, o rei de Portugal, D. Manuel, em vez de simplesmente transferir a sede da vila, mandou criar outra. Assim, a 13 de abril de 1726 foi instalada a vila de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, a segunda do Ceará,  pelo capitão-mor Manuel Francês. A motivação para a instalação desta segunda vila foi o de incentivar o desenvolvimento da capitania.
Mesmo depois da criação da vila de Fortaleza, conservou-se o pelourinho de Aquiraz, ficando cada câmara com seu espaço de poder. Fortaleza passou a ser a sede da Capitania com status de capital e Aquiraz, sede da Ouvidoria da Vila, como autoridade máxima da justiça.
Os Limites entre as duas vilas cearenses, São José de Ribamar do Aquiraz e Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção eram estabelecidos pelo riacho Precabura: o que ficava a leste do riacho até Aracati ou Mossoró, era Aquiraz; o que ficava a Oeste até a Ibiapaba, era Fortaleza.
Mapa_de_Fortaleza_-_1730 A Instalação da Vila de Fortaleza
Planta da Vila de Fortaleza feita pelo capitão mor Manuel Francês (Arquivo Nirez) 
 É dessa época, mais ou menos, a primeira planta da capital cearense, descoberta pelo historiador Padre serafim leite e publicada no 3° volume de sua História da Companhia de Jesus no Brasil.
Mesmo assim, a Vila de Fortaleza, longe dos sertões, da pecuária, continuaria sendo por mais de um século, um mero aglomerado sem sustentação econômica ou expressividade política, permanecendo assim até as primeiras décadas do século XVIII.
A chegada do primeiro governador só aconteceria em 1799. Onze anos depois, segundo os registros da época, o aglomerado tinha cerca de dois mil habitantes.
A lenta projeção política da vila só começou com a emancipação do Brasil de Portugal, em 1822. Durante o período monárquico, que vai até 1889 (ano da Proclamação da República), o Brasil vive uma fase de concentração politica. É dessa época a criação das províncias do Império brasileiro, entre elas, a do Ceará.
Fortaleza acaba se beneficiando com o fato. Por ordem de D. Pedro I, a vila é elevada à categoria de cidade, no dia 17 de março de 1823. Passou a se chamar fortaleza de Nova Bragança, depois voltando à denominação anterior. A situação de estagnação de Fortaleza só começou a ser superada em 1866, quando a cidade passou a ser  o principal centro coletor de algodão, couro, açúcar e café do estado.  Nessa época o algodão produzido no interior atingia os maiores preços no mercado internacional, por causa da suspensão do fornecimento do produto dos Estados Unidos – mergulhado na Guerra de Secessão – para a Inglaterra.
 História Abreviada de Fortaleza e Crônicas sobre a Cidade Amada, de Mozart Soriano Albuquerque
História do Ceará, de Airton de Farias
Revista Fortaleza, fascículo 4 

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