Em razão da dimensão dos espaços requeridos para execução desses projetos paisagísticos, os passeios ou jardins públicos nasceram da intervenção física ou da recomposição ambiental de áreas urbanas, então sem interesse de uso.
O Passeio Público de Fortaleza passou por esse tipo de critério, pois, em sua origem, não passava de um vasto areal em rampa, que descia da Rua da Misericórdia (Dr. João Moreira) até a praia, então ainda próxima. Mantivera-se inóspito durante longo tempo por temor de explosões, pois a área fora ocupada pelo paiol da pólvora da fortaleza da Assunção, até quando este foi removido para o alto do morro do Croatá.
E que sendo ajardinado, se tornaria um belo passeio público. Até 1861, porém, nada se fez a respeito.
O requerimento foi aprovado, mas esse projeto também não se concretizou. Mais tarde um novo requerimento foi apresentado, onde era solicitado o nivelamento do largo e a construção de um paredão tendo como parametros a quina da fortaleza à quina da Santa Casa.
Apesar de estar sempre figurando nas atas da Câmara, não havia andamento nas propostas, parecia que não havia interesse no assunto. Assim, é que, para surpresa dos estudiosos do assunto, em ata de 18 de fevereiro de 1864, aparece referências às obras já realizadas, constando de um belo passeio e jardim público na praça entre o quartel e o hospital da caridade.
No relatório do presidente Lafaiete Rodrigues Pereira, no ano de 1866, se constata que a confecção dos portões e do gradil de ferro que cerca o passeio, foram contratadas com o ferreiro alemão Henrique Erich pela quantia de 9.500$000. A medida era necessária para se manter a arborização do parque e para defender da ação de animais soltos. Em abril de 1877, na ata do dia 6, ficou acertado que o logradouro ficaria a cargo do município.
A arborização do Passeio, providenciada na época e favorecendo espécies da flora local ou adaptada, deveu-se a um certo Barbosa, Engenheiro da Província. Assim, tudo leva a crer que, nesse período, na parte mais alta, já consolidada, foi plantado pelo Senador Pompeu o sesquicentenário baobá do Passeio, com muda talvez vinda do Recife, onde já floresciam inúmeros espécimes trazidos da África.
E vão surgindo, pouco a pouco os diversos melhoramentos. Assim é que foi construída uma cacimba no terceiro plano. Logo depois vem o encanamento de gás para o botequim ali existente. Em fevereiro de 1881 é autorizado o pagamento 303$340 a Boris Fréres pela compra de duas estátuas para o Passeio Público.
O primeiro Plano, em posição elevada, na cota dos 17 metros sobre o nível do mar, densamente arborizado e iluminado a gás hidrogenado, estendia-se (e ainda se estende) da Rua da Misericórdia (Dr. João Moreira) até o novo muro de arrimo, transformado em alameda de onde se descortinava esplêndida vista do mar.
No 3º Plano, ainda mais abaixo, um pouco acima do nível do mar, foi escavado um lago artificial alimentado pelas águas do riacho Pajeú. As margens do lago eram revestidas de pedra vinda do Mucuripe; e bem ao centro, sobre uma coluna destas pedras, de tridente em punho, uma estátua de Netuno olhava e dominava o oceano.
As escadas do segundo e terceiro planos foram mandadas construir por Alexandre Beviláqua por 550$500. A enorme estátua de netuno colocada no terceiro plano, custos a importância de 606$000.
Por proposta do vereador Antônio Olegário dos Santos a Câmara denominou o primeiro plano de Tito Rocha; o segundo – Rocha Lima e o terceiro – Mártires. Em sessão de 19 de novembro de 1890, foi autorizada a aquisição de bancos para o local. A Joaquim Felício de Oliveira foi paga a importância de 200$000 pela aquisição de 11 jarros.
Por proposta do vereador João Eduardo Torres, em 11 de janeiro de 1879 foi aprovada a denominação de Praça dos Mártires, em memória dos cidadãos que ali foram sacrificados, mudando consequentemente os nomes da avenidas que passaram a ostentar os nomes do revolucionários mortos.
A Avenida Caio Prado foi inaugurada também sob festa, em 09 de julho de 1888. A ligação das Avenidas Caio Prado e Mororó, transformadas em uma aleia única, foi realizada na gestão do prefeito Godofredo Maciel (1920-1920 e 1924-1928)
fotos do passeio público:
Passeio Público, espaços, estatuária e lazer, de José Liberal de Castro
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axei linda a sua pesquisa. parabéns
obrigada Anônimo. Volte sempre.
O passeio público é um lugar muito harmônico, adorei sua matéria parabéns.