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A antiga Intendência Municipal na Praça do Ferreira. Na parte Nordeste do andar térreo funcionou a Confeitaria Glória. (Arquivo Raimundo Girão) 
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Praça do Ferreira ainda com o prédio da Intendência Municipal. 
(Arquivo Raimundo Girão)

Todo o quarteirão que ficava entre as Ruas Major Facundo, Pará, Floriano Peixoto e Guilherme Rocha, foi demolido, em 1941, na gestão do prefeito Raimundo de Alencar Araripe (1936-1945), para a construção de um edifício que abrigaria a Prefeitura Municipal. 
Foi apenas mais uma região de Fortaleza varrida do mapa por reformas urbanas questionáveis e sem planejamento adequado. Tanto isso é verdade, que o tal  prédio nunca foi sequer iniciado e no local foi construído de inicio uma pequena praça, depois o Abrigo Central e por fim, o alongamento da Praça do Ferreira.

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Abrigo Central com seus cafés, lanchonetes, livrarias e lojas. Ao fundo as Lojas Brasileiras
 (foto de 1958-Arquivo NIREZ) 

O Abrigo Central ou Abrigo 3 de Setembro – seu nome oficial – foi construído em 15 de novembro de 1949, na administração municipal de Acrísio Moreira da Rocha (1948-1951), um centro comercial e de lazer, lojinhas, bares, lanchonetes e paradas de ônibus. A construção se deu através de concorrência pública vencida por Edson Queirós.
No Abrigo a população debatia politica, falava da vida alheia, lia jornal, tomava café expresso –  de pé, no balcão – engolia a vitamina dupla do Pedão-da-Bananada, ingeria um caldo de mocotó na lanchonete O Tetéu e fazia planos para ganhar o próximo campeonato de futebol.   
Foi demolido em 02 de maio de 1966 sob boatos de que estaria a construção ameaçada de cair. Os jornais da época noticiaram com grande euforia a derrubada do “monstrengo.” 

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No lugar dos extintos prédios da Intendência e do Abrigo Central foi feito um prolongamento
da Praça do Ferreira.

Em 1968, o Prefeito José Walter Cavalcante (1967-1971), fez a completa demolição da praça e ergueu uns canteiros altos, em forma de caixões, interceptando a vista horizontal, de tal modo que quem estava de um lado não enxergava o outro lado.
 Como a cidade vivia os tempos da ditadura militar, muita gente acreditava que aquelas paliçadas de cimento armado eram para evitar aglomerações no centro da praça e dificultar comicios e manifestações de protesto.
O bate papo vespertino, os bancos, a reunião de aposentados, tudo isso acabou.
Os cronistas e historiadores consideram que – pelo menos naquela época – o prefeito José Walter, querendo ou não, decretou a morte da praça.
Em 1991 o Prefeito Juraci Magalhães (1990-1993), restaurou a praça e ressuscitou seu sentido social e politico. E as pessoas voltaram a se encontrar no final da tarde, a conversar, a ler jornal, como nos velhos tempos.
pesquisa:
Sábado, estação de viver, de Juarez Leitão
Geografia Estética de Fortaleza, de Raimundo Girão

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mfgprodema@yahoo.com.br

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