Praça do Ferreira as três mais importantes ruas da cidade: Boa Vista, Palma e
Formosa, hoje respectivamente, Floriano
Peixoto, Major Facundo e Barão do Rio Branco. Cortadas perpendicularmente por
travessas – como eram chamadas as ruas que tinham seu desenvolvimento na
direção Leste-Oeste – formavam quarteirões, identificados por suntuosos
edifícios.
expansão da cidade, iniciada por Silva Paulet.
A Rua Floriano Peixoto foi a primeira a ser retificada. Serviu como sua
balizadora a direção que ia do forte à antiga residência dos Governadores.
Ressaltando o seu início, frente ao Passeio Público, erguia-se o belo edifício
que foi a sede própria do Clube Cearense e que abrigaria o Grande Hotel do
Norte.
Martinho de Borges, tinha seu pátio atravessado por esta rua. Nesta área
atualmente encontram-se o Banco do Brasil, o Palácio do Comércio e o prédio dos
Correios. Da Rua Floriano Peixoto
originaram-se importantes travessas. A partir do casarão do português Manuel Nunes de Mello, o Barão de Santo
Amaro, delineou-se a Travessa das Hortas, atual Rua Senador Alencar. Esta
travessa prolongava-se até o primitivo matadouro da cidade, onde hoje se ergue
o Palacete Guarani, na Rua Barão do Rio Branco, onde funcionou a partir de
1913, o Clube dos Diários.
No cruzamento sudoeste dessas ruas, Barão do Rio
Branco e Senador Alencar, deparava-se com a esquina do Telles, assim chamada
pela presença do grande sobrado do comendador Antônio Telles de Menezes, que se
prestava ao alinhamento da Rua Barão do Rio Branco. No alto do casarão residia
o Comendador Telles e no pavimento térreo distribuíam-se os conhecidos “quartos
do Telles” servindo de armazéns de víveres, e de hospedarias, provavelmente as
primeiras da cidade. Estes corriam ao longo de uma das chamadas “calçadas
altas”, elevações formadas no desnível da rua, pela convergência de águas
pluviais – até a Rua Amélia, hoje, Senador Pompeu. Atualmente esses quartos da
antiga Fortaleza são ocupados por diversas lojas comerciais e pela sede do
Instituto de Previdência do Estado (IPEC).
Em 1893, na esquina das ruas Floriano Peixoto e
Senador Alencar, estabeleceu-se a firma Frota e Gentil, que em 1917 criou uma
seção bancária, transformada em 1931 no Banco Frota e Gentil.
O capitão-mor
Joaquim José Barbosa recepcionava em sua residência a elite de Fortaleza. De
seu casarão, edificado na parte norte da atual
Praça General Tibúrcio, originou-se a travessa da Assembleia, hoje Rua
São Paulo. Posteriormente funcionou neste sobrado “ A Central”, de Pedro Lazar.
No dia 25 de maio de 1940 inaugurou-se o Palácio do
Comércio, projetado pelo renomado arquiteto francês George Henri Munier e
construído por Omar O’Grady. Na parte térrea deste edifício passaria a
funcionar, a partir de junho de 1940, a segunda sede do Banco União, tendo como
endereço a Rua Floriano Peixoto, 397. Também em 1940, no térreo do Palácio do
Comércio foi inaugurado o Restaurante Belas Artes, propriedade de Osvaldo José
Azin e filhos.
Guilherme Rocha com Rua Major Facundo, demolido para dar lugar ao Excelsior
Hotel
abrigaria desde 1831, a Intendência Municipal e
a Câmara dos Vereadores. Daí, até o sobrado do Comendador Machado, onde
hoje se encontra o Excelsior Hotel, estendia-se a Travessa Municipal, hoje Rua
Guilherme Rocha . Este casarão alinhava também a Rua Major Facundo.
Facundo em frente ao Passeio Público. Essa residência serviu de última sede ao
aristocrático Clube Cearense e, a seguir, ao Hotel de France, sediando de 1927
a 1971 o Palace Hotel. A partir de 1977 passou a funcionar ali a sede da
Associação Comercial do Ceará. O Palace Hotel teve seu tempo de brilho. Ali
realizaram temporadas artísticas cantores famosos como Vicente Celestino,
Augusto Calheiros e o regente Ercole Varet.
Amélia, ao lado do Morro do Croatá, sítios onde mais tarde seriam construídos o Hospital
César Cals e a Estação Central da Estrada de Ferro Baturité, nascia um afluente
do Pajeú. Corria pela quadra entre as ruas São Paulo e Castro e Silva,
atravessando o centro da cidade, unindo-se a este principal riacho, no lado sul
da Praça da Sé. No tempo das chuvas as águas corriam para seu antigo leito,
inundando ruas e terrenos vizinhos. No antigo vale deste afluente, a colônia
libanesa instalaria seus armazéns de fazendas e miudezas. Já em 1922 ali se
encontravam: Elias Asfora & Cia; Jacob Elias e Irmão; Salomão Hissa, Salim
Nasser e Irmão, Simão Jereissati, Jorge Honsy e Filho, Kalil Otoch e Filho,
Jamil Rabay, Elias Bachá, e outros.
Dessa colônia surgiria a Sociedade União Síria,
fundada em 17 de março de 1923, nos altos do Armazém Esplanada de Abraão Otoch,
na Rua Major Facundo, n° 55. Posteriormente juntamente com a Colônia Libanesa
formaria a União Sírio-Libanesa, instalando-se na Avenida Santos Dumont. Por
essa época, foi fundado o Clube Líbano Brasileiro, que construiu sua sede na
Rua Tibúrcio Cavalcante, até seu encerramento.
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