Elevado à Vila em 1726, o antigo povoado do Pajeú, formado à
sombra do Forte Schoonenborch, daria somente depois de um grande espaço de
tempo, seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento. A Vila cresceu circundando a Fortaleza de N. S. da Assunção, seguindo o roteiro das águas correntes do Pajeú e cuidando do
florescente comércio algodoeiro.
No lado nascente do Forte, situava-se o sítio
do naturalista João da Silva Feijó, coronel de engenheiros que veio residir na
Vila em 1799, com a incumbência de estudar a geografia da região, seus recursos
e produções. Esse sítio era cortado pelo caminho ondulante do Pajeú que, sereno
e silencioso deslizava por seus pomares antes e se lançar ao mar.
Na praia, formava um grande maceió ou pocinho que, desde
tempos idos recebia pequenas embarcações, servindo também de aguadas e banhos
públicos. Nesse sossegado recanto, olhando para o forte sombreado de árvores,
moraria posteriormente Manoel Franklin do Amaral, meio-irmão do Visconde de Jaguaribe
e pai do Barão de Canindé. A partir de 1911 ali seria residência de João
Eduardo Torres Câmara Filho, pai de Dom Helder Câmara, futuro arcebispo de Olinda
e Recife.
d’água que abastecia um chafariz público, inaugurado em 1813 e decantado em
versos, por sua importância no progresso da vila. O deficiente abastecimento de
água foi melhorando com o chafariz implantado na parte principal da cidade. Dia
e noite o chafariz estava rodeado de gente, na maior parte escravos, conduzindo
potes de barro. A população foi crescendo de maneira desordenada em volta dessa
fonte de água potável, amontoando suas casas nas barrancas sinuosas do riacho.
Assumindo o governo do estado em 1812, Manoel Inácio Sampaio contratou o engenheiro
Silva Paulet para desenvolver um plano de urbanização para a Vila. Um dos
melhores administradores do Ceará colonial, Sampaio deparou-se com uma pequena
vila pobre e sem atrativos, com uma população que não ultrapassava os 3.000
habitantes, com um casario simples, em formato de caixotes e um só pavimento.
de N.S. da Assunção, criou a Alfândega, estabeleceu os Correios terrestres que
serviam com regularidade e realizou o recenseamento da população de Fortaleza.
O progresso dos negócios do cotonifício, acompanhando essa
boa administração, ia diminuindo o grau de pobreza da vila, propiciando o
surgimento dos primeiros homens de posse do povoado. Algumas residências eram levantadas com mais
apuro, considerando valores decorativos. Cuidou-se da instrução, do interesse
pelas artes e do bom trato nos hábitos sociais.
morador nas vizinhanças do palácio, numa casa que posteriormente integraria o
antigo Mercado Público. Associado ao proprietário de terras Antônio
Maciel Alves, foi um dos primeiros a comercializar o algodão, diretamente do
porto de Fortaleza para a Europa.
somente foi permitida após a Carta régia de 17 de janeiro de 1799, consignada
por D. Maria I, determinando a separação administrativa do Ceará da capitania
de Pernambuco. Antes, esse produto era encaminhado de Aracati ou Mossoró para
Pernambuco, seguindo então para a Europa.
O navio “Felicidade”, o
segundo a realizar em dezembro de 1808, a travessia direta de Portugal a
Fortaleza, era de propriedade de Antônio Manoel Alves e José Pacheco Spinosa.
Antes a escuna “Flor do Mar”, comandada por Antônio Nunes de Mello efetuara
esta viagem.
fotos do Arquivo Nirez
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