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assembleia A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
Com o golpe do Estado Novo, as Casas Legislativas foram fechadas. O Governo Federal escolhia os governadores do Estado, e estes, nomeavam os prefeitos. Fachada da antiga Câmara Municipal, onde hoje funciona o Museu do Ceará  
(foto do arquivo Nirez)

Menezes Pimentel, professor, diretor da Faculdade de Direito
do Ceará, político extremamente conservador, foi eleito – em 1935 – pela maioria dos
deputados da LEC – Liga Eleitoral Católica – na Assembleia Legislativa para
governador constitucional do Estado, derrotando por 16 votos contra 14, o
candidato do PSD – Partido Social Democrata – José Accioly, filho de Nogueira
Accioly, numa eleição por via indireta. 
Seu governo foi marcado pelo autoritarismo,
perseguição aos adversários políticos do PSD, destituição de prefeitos e
funcionários públicos que não apoiassem o seu grupo político. Cerca de duas mil
pessoas foram presas em Fortaleza neste período. 
A eclosão da Intentona Comunista em 1935, em
Natal, Recife e Rio de Janeiro, foi usada como pretexto por Menezes Pimentel
para perseguir adversários que foram considerados subversivos. 


palacio+da+luz+parte+que+foi+demolida A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
jardins+do+palacio+da+luz A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
Palácio da Luz, sede do Governo do Estado e residência do governador até 1963. Na mesma  década de 1960 o palácio perdeu parte de sua fachada e o jardim interno, visto na segunda foto (Arquivo Nirez) 



O golpe do Estado Novo (10/11/1937) implantou uma ditadura em nível nacional, e contribuiu
para aumentar o poder dos governadores dos Estados. Menezes Pimentel foi
mantido no cargo por Getúlio Vargas, agora na condição de Interventor Federal.
Seu autoritarismo foi, portanto fortalecido, já que o país se encontrava sob
regime ditatorial. 




policia A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
 atual prédio da Polícia Civil na Praça do Voluntários, sede do DOPS durante o Estado Novo (foto Panorâmio) 

A Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) passou a ter
poderes para perseguir tantos quantos não se enquadrassem na política
instituída pelo interventor.  Em nome da
fé, das tradições familiares, da Pátria, se instituiu a delação, a perseguição
política, as prisões arbitrárias, a tortura. Muitos intelectuais foram detidos,
presos e humilhados pelo crime de pensar, de desenvolver o senso critico, de
ansiar uma visão social humanista.  Entre
os muitos perseguidos pelo interventor no Ceará – merecem destaque, pelo legado
intelectual que deixaram para o Brasil – estavam Rachel de Queiroz  e Jáder de Carvalho.


20031104-rachel-03 A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
a escritora Rachel de Queiroz foi presa incomunicável no Quartel do Corpo de Bombeiros em Fortaleza, pela polícia de Menezes Pimentel e Getúlio Vargas. Seu romance Caminho das Pedras foi apreendido e queimado junto com seus dois livros anteriores, O Quinze e João Miguel

Com Menezes Pimentel a Igreja continuou firme, influenciando
a sociedade civil, em nome da moral e dos bons costumes. O regime instaurado
fechou as lojas maçônicas, os centros espíritas e os terreiros de candomblé na
capital e no interior do Estado; as livrarias tiveram os estoques revisados
para apreensão de livros e de revistas portadoras de ideias amorais ou
subversivas. Instalou-se um serviço de controle de pensões e hotéis no sentido
de controlar os hóspedes. Até os aparelhos de rádio deveriam ser registrados na
polícia.


pimentel A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
Interventor Francisco de Menezes Pimentel

Menezes Pimentel permaneceu no poder até 27 de outubro de
1945, quando Getúlio Vargas baixou um decreto, exonerando o Interventor, fiel
aliado na implantação da ditadura do Estado Novo no Ceará. Os motivos da
demissão nunca foram completamente esclarecidos, mas especulou-se na época que
Pimentel não estava empenhado na campanha de manutenção de Getúlio Vargas no
poder.


Sobre o Estado Novo


getulio_vargas_6b A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)
Getúlio Dorneles Vargas governou o Brasil entre os anos 1930 e 1950, como presidente e como ditador

Instituído por Getúlio Vargas na segunda metade da década de 1930, centraliza o sistema político brasileiro. O governo federal passa a escolher os governadores dos Estados, que por sua vez, nomeiam os prefeitos. 
O getulismo também fecha as casas legislativas – federal, estaduais e municipais. Foi um período em que o discurso do progresso e da civilidade, tentou minimizar os problemas sociais da cidade, que já apresentava problemas decorrentes do crescimento populacional.
Apesar de o Estado Novo terminar em 1945, a nomeação dos gestores municipais perdura até o final de 1947. A época foi marcada pela quebra de continuidade administrativa. Em apenas três anos, Fortaleza conheceu nada menos de seis prefeitos.
Em 1948, com a volta das eleições diretas para prefeito, Fortaleza assiste à surpreendente vitória do candidato Acrísio Moreira da Rocha (PR). A imprensa da época dava como certo que a disputa se restringiria aos candidatos dos dois principais grupos políticos nacionais da época: Diogo Vital de Siqueira, da UDN, e Stênio Gomes da Silva, do PSD. 


Fontes:
História do
Ceará, de Nelson Campos
Revista Fortaleza, Fascículo 4, de 30 de abril de 2006.

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0 comentário

  1. Minha vó disse algo sobre um antepassado nosso que teria sido político. Acho que foi ele. Não tenho certeza. Mas "Pimentel" e Fortaleza, só pode kkkkkkk então sua amiga, provavelmente tem um antepassado em comum comigo

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