Em
Naquele começo de tarde do dia
15 de março de 1957, o Sr. Júlio Pinto se aproximara da janela do seu
escritório localizado no 6º andar do edifício jangada, na Rua Major Facundo com
Senador Alencar, para conferir as horas com o grande relógio existente na torre
da Igreja do Coração de Jesus. Eram pouco mais de 13 horas. Nesse exato
momento, viu a torre desaparecer e uma espessa nuvem de poeira ocultar tudo – teria
sido uma visão, um sonho? Perguntou-se incrédulo. Era verdade o que seus olhos
viram, caíra a torre da igreja do Coração de Jesus.
15 de março de 1957, o Sr. Júlio Pinto se aproximara da janela do seu
escritório localizado no 6º andar do edifício jangada, na Rua Major Facundo com
Senador Alencar, para conferir as horas com o grande relógio existente na torre
da Igreja do Coração de Jesus. Eram pouco mais de 13 horas. Nesse exato
momento, viu a torre desaparecer e uma espessa nuvem de poeira ocultar tudo – teria
sido uma visão, um sonho? Perguntou-se incrédulo. Era verdade o que seus olhos
viram, caíra a torre da igreja do Coração de Jesus.
A Igreja do Coração de Jesus na forma original – 1913 – imagem: Revista FonFon
Na década de 50, a torre agulha foi substituída por uma grande torre quadrada
para abrigar um conjunto de sinos. – imagem: Arquivo Nirez
Seu primeiro ato foi pegar o
telefone e ligar para o “O Povo”, para o jornalista José Raimundo Costa, o
primeiro a saber do fato, pela informação segura de um amigo. Por esta razão, e
devido a proximidade, pois àquela época a redação do jornal funcionava na Rua
Senador Pompeu, “O Povo” foi o primeiro a documentar a tragédia.
telefone e ligar para o “O Povo”, para o jornalista José Raimundo Costa, o
primeiro a saber do fato, pela informação segura de um amigo. Por esta razão, e
devido a proximidade, pois àquela época a redação do jornal funcionava na Rua
Senador Pompeu, “O Povo” foi o primeiro a documentar a tragédia.
Logo a notícia do desabamento
se espalhou pela cidade, levada pelas edições extraordinárias do noticiário
radiofônico. E uma multidão foi se formando, de homens, mulheres e crianças, em
torno da praça do Coração de Jesus. Vinham de todas as partes, de todos os
bairros, todos queriam ver de perto o desmoronamento. Temia-se pela existência
de vítimas, o que felizmente, não se confirmou. A polícia precisou cercar a
área.
se espalhou pela cidade, levada pelas edições extraordinárias do noticiário
radiofônico. E uma multidão foi se formando, de homens, mulheres e crianças, em
torno da praça do Coração de Jesus. Vinham de todas as partes, de todos os
bairros, todos queriam ver de perto o desmoronamento. Temia-se pela existência
de vítimas, o que felizmente, não se confirmou. A polícia precisou cercar a
área.
As bases da torre primitiva não resistiram às toneladas de concreto e a construção desabou sobre o corpo do templo. Era o dia 15 de março de 1957 – imagens O Povo e Arquivo Nirez
Imediatamente, após o impacto
da notícia, o governador Paulo Sarasate juntamente com a primeira dama Dona
Albanisa Sarasate, compareceram ao local, solidarizando-se com o povo católico
de Fortaleza. Dois dias após o fato, no dia 17 de março de 1957, já havia uma
campanha em andamento para construção de uma nova igreja, e uma missa campal
celebrada sobre os escombros, por frei Silvério de Calvairate selou o
compromisso. A campanha só terminaria com a inauguração oficial da nova igreja,
no dia 26 de novembro de 1961.
da notícia, o governador Paulo Sarasate juntamente com a primeira dama Dona
Albanisa Sarasate, compareceram ao local, solidarizando-se com o povo católico
de Fortaleza. Dois dias após o fato, no dia 17 de março de 1957, já havia uma
campanha em andamento para construção de uma nova igreja, e uma missa campal
celebrada sobre os escombros, por frei Silvério de Calvairate selou o
compromisso. A campanha só terminaria com a inauguração oficial da nova igreja,
no dia 26 de novembro de 1961.
Da palavra à ação. A cidade já
estava motivada para entender a motivação de reerguer o antigo local de sua
veneração. Ao invés de reconstruírem a igreja, pois apenas a torre e parte da
fachada fora afetada, os capuchinhos optaram por derrubar toda a igreja para
construírem uma bem maior, com rampas para subida dos carros, uma torre vazada
e uma grande cúpula sobre a nave principal.
estava motivada para entender a motivação de reerguer o antigo local de sua
veneração. Ao invés de reconstruírem a igreja, pois apenas a torre e parte da
fachada fora afetada, os capuchinhos optaram por derrubar toda a igreja para
construírem uma bem maior, com rampas para subida dos carros, uma torre vazada
e uma grande cúpula sobre a nave principal.
Altar mor e cúpula romana – imagens Fortaleza em Fotos – 2011
No dia 15 de janeiro do ano
seguinte, foi lançada a pedra fundamental da nova igreja, para a qual foi
designado como construtor frei Francisco de Chiaravalle, com projeto de Emilio
Hinko. O novo templo foi construído em estilo moderno, amplo, com abóbada
lembrando os templos bizantinos. Tinha por características a arquitetura
eclética, cúpula romana, imitando a Basílica de São Pedro, no Vaticano, torre
lembrando o gótico. Do antigo templo foram conservadas as estátuas dos
apóstolos, colocadas nas marquises da
frente e dos fundos.
seguinte, foi lançada a pedra fundamental da nova igreja, para a qual foi
designado como construtor frei Francisco de Chiaravalle, com projeto de Emilio
Hinko. O novo templo foi construído em estilo moderno, amplo, com abóbada
lembrando os templos bizantinos. Tinha por características a arquitetura
eclética, cúpula romana, imitando a Basílica de São Pedro, no Vaticano, torre
lembrando o gótico. Do antigo templo foram conservadas as estátuas dos
apóstolos, colocadas nas marquises da
frente e dos fundos.
Matéria publicada no “ O Povo”
em 15 de setembro de 1978, dá conta de que ao escavarem os alicerces para a
nova construção, em vez da pedra fundamental da Igreja do Coração de Jesus,
encontrou-se apenas a pedra fundamental da pequenina capela de Nossa Senhora
das Dores, que ali funcionou em época passada.
em 15 de setembro de 1978, dá conta de que ao escavarem os alicerces para a
nova construção, em vez da pedra fundamental da Igreja do Coração de Jesus,
encontrou-se apenas a pedra fundamental da pequenina capela de Nossa Senhora
das Dores, que ali funcionou em época passada.
Interior da Igreja do Coração de Jesus – imagens Fortaleza em Fotos – 2011
Segundo o autor de “As pouco lembradas igrejas de Fortaleza”, Eduardo Fontes, o estilo da nova igreja do
Coração de Jesus não agradou aos que preferiam a antiga igreja, de linhas
sóbrias, tradicionais, de torre branca. Muitos não aprovaram sequer a reforma
realizada na torre primitiva da Igreja dos Albanos. A igreja que hoje se ergue
no lugar da primeira não possui linhas arquitetônicas definidas. É uma igreja
enorme, espaçosa, mas sem beleza. As portas da frente, de ferro, sem nenhum
trabalho de fundição, lembram portas de armazéns ou de garagens. Nada indica
que sejam próprias à igreja, pois são destituídas de estética. A enorme abóbada,
revestida externamente de alumínio – herança da arte bizantina – destoa do
restante do conjunto, de linhas retas, característico de construções modernas,
da era do cimento armado.
Coração de Jesus não agradou aos que preferiam a antiga igreja, de linhas
sóbrias, tradicionais, de torre branca. Muitos não aprovaram sequer a reforma
realizada na torre primitiva da Igreja dos Albanos. A igreja que hoje se ergue
no lugar da primeira não possui linhas arquitetônicas definidas. É uma igreja
enorme, espaçosa, mas sem beleza. As portas da frente, de ferro, sem nenhum
trabalho de fundição, lembram portas de armazéns ou de garagens. Nada indica
que sejam próprias à igreja, pois são destituídas de estética. A enorme abóbada,
revestida externamente de alumínio – herança da arte bizantina – destoa do
restante do conjunto, de linhas retas, característico de construções modernas,
da era do cimento armado.
O novo templo foi inaugurado no dia 26 de novembro de 1961, pelo arcebispo de Fortaleza Dom Antônio de Almeida Lustosa, com a presença do governador Parsifal Barroso, do prefeito general Cordeiro Neto e do bispo de Carolina no Maranhão, Dom Cesário Minali.
fontes:
As pouco lembradas igrejas de Fortaleza, de Eduardo Fontes
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
Jornal O Povo
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